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Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Agrícolas (CRAs): Entenda

Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Agrícolas (CRAs): Entenda

30/12/2025 - 20:17
Bruno Anderson
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Agrícolas (CRAs): Entenda

Ao buscar formas de diversificar sua carteira e apoiar o crescimento da economia real, é fundamental conhecer embarcações financeiras sólidas. Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) oferecem exatamente essa oportunidade: unir rentabilidade e apoio a setores vitais para o desenvolvimento do país.

Este artigo explora em detalhes como esses títulos funcionam, seus benefícios, riscos e orientações práticas para você dar os primeiros passos com segurança.

Conceitos Fundamentais

Os CRIs são títulos de renda fixa emitidos por securitizadoras, lastreados em recebíveis imobiliários originados de financiamentos para residências, empreendimentos comerciais, contratos de aluguel e reformas. Criados em 1997, representam direito de crédito ao investidor e garantem pagamento de juros mais devolução do principal.

Já os CRAs seguem lógica similar, mas com foco no setor agropecuário: financiamentos rurais, operações de cooperativas e transações de produtores, criando um fluxo de recursos essenciais para a safra e o escoamento de produtos.

Processo de Emissão e Securitização

Entender cada etapa de emissão ajuda a avaliar a segurança e a transparência dos títulos:

  • Originação: construtoras, incorporadoras ou produtores rurais identificam recebíveis a serem securitizados.
  • Atuação da Securitizadora: essas companhias recebem os fluxos de caixa, validam contratos e transformam dívidas em títulos negociáveis.
  • Estruturação: due diligence legal e financeira, definição de prazos, garantias e taxa de remuneração.
  • Colocação no Mercado: oferta pública dos títulos, onde investidores adquirem CRIs/CRAs e financiam projetos imobiliários ou agrícolas.

Regime Fiduciário e Registro

Uma das principais proteções ao investidor é o regime fiduciário, que separa os recebíveis lastro dos demais ativos da securitizadora. Em caso de problemas financeiros, esses fluxos destinam-se exclusivamente à liquidação dos títulos, isentos de execuções pelas dívidas da securitizadora.

Além disso, todo título deve ser registrado em sistema autorizado pelo Banco Central, garantindo controle de emissões e maior transparência nas negociações eletrônicas.

Tributação e Benefícios Fiscais

Para pessoas físicas, grande atrativo é a isenção de Imposto de Renda (IR) e IOF sobre rendimentos, tornando o retorno líquido ainda mais atraente. No entanto, mesmo isentos, esses rendimentos precisam ser declarados corretamente.

  • Abra a aba "Bens e Direitos" e selecione código 03 – Títulos isentos de tributação, informando saldo, nome e CNPJ.
  • Na seção "Rendimentos Isentos e Não Tributáveis", escolha código 12 e preencha valores, nome e CNPJ da instituição pagadora.

Para pessoas jurídicas, aplica-se tabela regressiva de IR, conforme prazo de investimento:

Características de Investimento

O investimento mínimo em CRIs e CRAs costuma variar, mas muitos títulos têm valor unitário a partir de R$ 300.000. Para investidores interessados em aplicações de grande porte, essa modalidade oferece rentabilidade atrativa e diversificação em ativos reais.

Os títulos podem ser prefixados, atrelados ao CDI ou ao IPCA, com pagamento de rendimentos no vencimento ou de forma periódica, de acordo com a estrutura do título.

Vantagens para Investidores

Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Isenção de IR e IOF, aumentando o retorno líquido.
  • Possibilidade de rendimentos periódicos, auxiliando no fluxo de caixa.
  • Segurança pelo lastro em ativos reais, como imóveis e produção agrícola.
  • Diversificação da carteira com renda fixa de médio e longo prazos.

Apesar da menor liquidez e de riscos de crédito superiores aos títulos públicos, a solidez dos setores imobiliário e agrícola brasileiros confere estabilidade a esses investimentos.

Mercados de Negociação

No mercado primário, o investidor adquire títulos diretamente na oferta pública, devendo ler com atenção o prospecto e a seção de fatores de risco. Já no secundário, a negociação ocorre entre investidores, com liquidez variando conforme características dos CRIs/CRAs.

Ainda que restrita a investidores qualificados, a negociação eletrônica facilita a compra e venda antes do vencimento, permitindo ajustes em estratégias conforme oscilações de mercado.

Vantagens para Empresas Emissoras

Para construtoras, incorporadoras e empresas do agronegócio, emitir CRIs e CRAs representa captação de recursos imediata. É possível antecipar fluxos de recebíveis, reduzir custo de capital e promover novos projetos sem comprometer linhas de crédito bancárias.

Importância Econômica

CRIs e CRAs desempenham papel estratégico no financiamento de habitação, infraestrutura urbana e expansão agrícola. Ao investir nesses títulos, você não apenas busca retorno financeiro, mas também contribui para o desenvolvimento sustentável do país, gerando empregos e fortalecendo cadeias produtivas.

Como Começar

Antes de investir, avalie seu perfil, horizonte de prazo e tolerância a risco. Consulte relatórios de rating, analise contratos e busque orientação de profissionais especializados. Ao estruturar uma carteira equilibrada, inclua CRIs/CRAs como parte de uma estratégia de longo prazo, combinando segurança e rentabilidade.

Em suma, esses instrumentos oferecem uma bela oportunidade de aliar ganhos financeiros ao impacto positivo na economia real. Com conhecimento e planejamento, você pode transformar seu portfólio e, simultaneamente, fortalecer setores essenciais para o futuro do Brasil.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson