O investimento em Private Equity tem potencial de valorização acima do mercado e representa uma estratégia sólida para quem busca diversificação e ganhos expressivos a longo prazo. Neste artigo, exploraremos os principais conceitos, regulamentação, tendências e práticas recomendadas para que você esteja preparado para aproveitar as oportunidades do mercado brasileiro de PE.

O que é Private Equity?

Private Equity (PE) refere-se ao investimento em empresas de capital fechado, não listadas na bolsa de valores. Os fundos de PE adquirem participações acionárias com o objetivo de gerar valor por meio de profissionalização da gestão e adoção de boas práticas.

Normalmente, esses investimentos são realizados por meio de fundos especializados, com prazo de investimento que varia entre 5 e 10 anos. Durante esse período, os gestores trabalham em parceria com as empresas investidas, implementando melhorias operacionais e estratégias de crescimento.

Estrutura Legal e Regulamentação no Brasil

No Brasil, a principal estrutura para alocação de recursos em PE é o Fundo de Investimento em Participações (FIP), regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Instrução CVM 578/2016 estabelece requisitos rígidos para constituição, funcionamento e governança desses fundos.

Entre as normas obrigatórias, destacam-se a transparência nas informações, com relatórios periódicos, e a participação mínima de 90% dos recursos em valores mobiliários. Além da Instrução 578, outros marcos regulatórios importantes incluem a Resolução CMN 4.963/2020 e a Joint Resolution BCB/CVM 13/2024.

A adesão ao código de melhores práticas da ABVCAP e Anbima, adotado por cerca de 75% dos fundos, garante transparência e alinhamento com padrões internacionais, promovendo maior confiança dos cotistas e do mercado.

Governança e Relacionamento entre Cotistas e Gestores

A governança dos FIPs é definida de forma clara, com atribuições distintas para gestores e administradores. A prestação de contas periódica, assembleias regulares e quórum mínimo para decisões estratégicas são fundamentais.

Segundo o código ABVCAP/Anbima, os fundos podem ser classificados em três tipos, de acordo com a composição do comitê de investimentos:

Os comitês de tipo 1 envolvem membros cotistas, enquanto os de tipo 2 são formados apenas por gestores e um conselho de supervisão. Os fundos de tipo 3 operam sem comitê, contando apenas com o gestor designado.

O modelo brasileiro se destaca por oferecer participação ativa na gestão e estratégia, permitindo que os cotistas acompanhem de perto decisões de aquisição e desinvestimento.

Volume de Investimentos e Tendências em 2025

No segundo trimestre de 2025, os fundos de Private Equity movimentaram R$ 6,8 bilhões em 16 operações, um crescimento de 3% em relação ao trimestre anterior. Em comparação ao mesmo período de 2024, o aumento foi expressivo, saindo de R$ 800 milhões para R$ 6,8 bilhões.

Os setores que mais atraíram aportes no primeiro semestre de 2025 foram Energia (54,5%), Consumo, Produtos e Serviços (20,1%), Serviços Financeiros (5,8%) e Tecnologia da Informação (5,4%). Até maio, 39 transações somaram R$ 14,8 bilhões, um salto de 114% no capital mobilizado.

Apesar da queda de 6% no investimento de fundos estrangeiros de PE e VC em 2025, os Estados Unidos e Reino Unido continuam liderando a captação de recursos no Brasil.

Oportunidades e Desafios do Mercado Brasileiro

O cenário brasileiro apresenta incentivos regulatórios e potencial de valorização em diversos setores estratégicos. O país segue atraente para fundos que buscam empresas com alto potencial de crescimento e inovação.

No entanto, investidores precisam lidar com volatilidade política, riscos fiscais e incertezas globais, como tensões geopolíticas e rupturas em cadeias de suprimento. O mercado global de PE recuou de US$ 505,3 bilhões para US$ 363,7 bilhões no segundo trimestre de 2025, demandando cautela.

Para equilibrar otimismo e realismo, é essencial adotar estratégias robustas, diversificar setores e manter uma análise criteriosa do cenário macroeconômico.

Benefícios para as Empresas Investidas

As organizações que recebem aportes de Private Equity experimentam:

• Fortalecimento da estrutura de capital para expansão
• Implementação de aportes de capital para expansão e inovação
• Profissionalização da gestão e fortalecimento da governança
• Accesso a redes de contatos e expertise dos gestores
• Preparação estratégica para IPO ou venda

Principais Players e Administradoras

A ABVCAP lidera o setor no Brasil, promovendo relatórios e códigos de conduta. Entre as administradoras de destaque, a América Private Equity opera há mais de 20 anos, com mais de R$ 100 bilhões em ativos sob gestão.

Grandes gestoras internacionais também atuam intensamente no país, como Actis, GIC, CVC Capital Partners, Lorinvest e Orion Resource Partners, elevando o nível de competitividade e especialização.

Diferenciais do Investimento em Private Equity

Investir em PE oferece diferenciais exclusivos:

Longo prazo de investimento com retorno esperado acima da média, participação ativa na gestão e diversificação de carteira para investidores qualificados. O foco em empresas de capital fechado possibilita ganhos significativos ao serem estruturadas para crescer de forma sustentável.

Riscos e Considerações

Como todo investimento de longo prazo, o Private Equity envolve riscos que devem ser avaliados:

• Baixa liquidez, sem negociação em bolsa
• Possibilidade de perda de capital caso metas não sejam atingidas
• Exposição a riscos setoriais e macroeconômicos
• Necessidade de acompanhamento ativo e análise contínua

Por que Investir em Private Equity?

Com governança rigorosa, regulamentação sólida e perspectivas de expansão em setores-chave, o Private Equity se consolida como uma estratégia para investidores que buscam retornos acima do mercado e diversificação estratégica. Ao compreender os fundamentos, riscos e benefícios, você estará apto a tomar decisões mais seguras e alinhadas com seus objetivos financeiros.

O mercado brasileiro de PE, apesar dos desafios, oferece oportunidades únicas de participar do desenvolvimento de empresas inovadoras e de alto potencial. Investir nesse segmento pode ser a chave para impulsionar sua carteira e alcançar resultados expressivos a longo prazo.